A história conta que em navios negreiros no caminho entre a África e o Brasil, mães e pais rasgavam retalhos de suas roupas para fazer bonecas de pano para suas crianças: eram as abayomis – que na língua iorubá significa encontro precioso.
Com o intuito de levantar fundos para a capacitação de refugiados, o Comitê de Refugiados do Grupo Mulheres do Brasil realizou uma oficina de abayomis em que as participantes tiveram a oportunidade de aprender na companhia de amigas, mães e filhas.
Usando retalhos e nenhuma costuras, feitas com apenas nós e tranças, tradicionalmente as abayomis só são entregues a quem se gosta muito, por conseguir traduzir o carinho e a dedicação de quem as fez. Na Casa, divididos em dois grupos pequenos, as oficinas receberam cerca de 20 pessoas: “Foi uma experiência única confeccionar as bonecas e saber a história de como elas foram criadas. Amei de paixão e pretendo até levar a oficina para outros lugares”, contou a voluntária Sandra Oliveira.
A oficina se provou, além de especial, agregadora. Foi um momento em que, além do aprendizado, as participantes puderam conversar e compartilhar histórias: “Estávamos num grupo de idades variadas, com participantes dos 7 aos 82 anos. A professora foi excelente, fui com as minhas netas de 7 e 9 anos e uma amiguinha e passamos muitos bons momentos”, contou Lilah Corradi. “O momento ainda propiciou que eu conversasse com as pequenas sobre temas como a escravidão e as condições como viviam os escravos”.
“É muito fácil fazer abayomis. É só pegar uns panos e vários nós e eu ainda aprendi sobre a história das mulheres que as faziam”, explicou Fernanda Corradi, filha de Mariana Corradi.
A oficina fez tanto sucesso que o Comitê planeja uma próxima turma, desta vez num sábado para que mães e crianças tenham a oportunidade de um momento afetivo de aprendizado.
Que lindo!!!🥰