*Texto enviado pela jornalista correspondente em Londres, Yula Rocha
“Nunca duvide da capacidade de um grupo pequeno, cheio de ideias e comprometido em mudar o mundo”
Foi com esta frase da antropóloga americana Margaret Mead, que o professor Gareth Jones, diretor do Centro para América Latina e Caribe (LACC), da London School of Economics (LSE), em Londres, abriu o palco da nossa noite de lançamento. No mesmo espírito do Grupo Mulheres do Brasil, que começou com apenas 40 mulheres ambiciosas por mudança em São Paulo, há seis anos, e hoje conta com 36 mil pelo mundo e continua sua expansão.
A convidada especial da noite, uma das mais respeitadas cantoras líricas, a brasileira Gabriella di Laccio também saiu em defesa do empoderamento das mulheres. Antes de cantar, ela dividiu com a plateia seu projeto pessoal “Donne – Women in Music”, que visa resgatar a história das mulheres na música, a imensa maioria delas desconhecida do público. Já são seis mil mulheres catalogadas que atuaram como cantoras ou musicistas, desde o século XI aos dias de hoje.
“Mais importante que minha voz, é dar voz à outras mulheres”, disse Gabriella. Ela nos presenteou prestando uma homenagem à brasileira Chiquinha Gonzaga (1847-1935), que fazia aniversário justamente no dia do lançamento do Núcleo Londres, em 17 de outubro.
À capela e sem microfone, a soprano cantou “Lua Branca” e fez muita gente chorar, de um auditório praticamente lotado. Foi ovacionada de pé.
As líderes do Grupo Mulheres do Brasil Núcleo Londres, Daniela Barone Soares, Maria Antonia de Carli e Camila Kern, convidaram as mulheres da plateia a se juntarem ao Núcleo – que hoje já conta com mais de 350 participantes cadastradas. Desde a sua criação, há cerca de um ano ao lançamento oficial, o Núcleo promoveu muitas ações nas áreas de empreendedorismo (palestra de especialistas e facilitação para abertura de negócios), cultura (visita a museus e exibição de filmes), saúde e bem-estar (sessão mensal de meditação) violência contra a mulher (conversa sobre leis e direitos das mulheres em caso de abuso). Com mais mulheres engajadas às causas, o Núcleo é capaz de muito mais e, durante a semana do evento de lançamento, houve a sinalização de apoio de potenciais colaboradores às nossas causas.
Coube a Lilian Leandro, diretora de expansão e líder do Comitê Expansão, apresentar a estrutura do Grupo Mulheres do Brasil e a mensagem institucional de uma organização suprapartidária, apolítica e a favor das mulheres. Ela falou sobre três premissas: a “cola”- ou o que nos leva a trabalhar juntas, a persistência em correr atrás e a plenitude de ver os resultados pelo bem comum. Lilian e as madrinhas do núcleo Margaret Groff e Renata Ramalhosa, ajudaram no nascimento deste projeto na capital Britânica e que a partir de agora alça voos solos.
Mas, para começar a voar era preciso o “batismo” de Luiza Helena Trajano, presidente do Grupo Mulheres do Brasil, que cumpriu uma agenda intensa de compromissos em Londres, acompanhada de 25 mulheres de todo o Brasil que vieram na comitiva.
Com imensa capacidade de se conectar com o público por sua simplicidade, história de vida e executiva sempre à frente de seu tempo, Luiza arrancou aplausos ao defender o sistema de cotas para mulheres no mercado de trabalho, negros e deficientes. Ela também apoia o programa bolsa-família como forma de reduzir a imensa desigualdade no Brasil. “Só vamos reduzir violência, por exemplo, quando dermos emprego”, disse a empresária.
Sinto-me encantada e gratificada com a atuação, expansão e consistência do Grupo Mulheres do Brasil. Sinto-me feliz por ter me filiado hoje.
A minha filha Sarah também filiou-se.