Data da ação
De 13/05/2021 a 12/08/2021
O que
Promover um espaço de partilha e reflexão sobre questões próprias da condição imigratória, em um ambiente de grupo, mediado por profissionais da área da Psicologia.
Por que
Percebemos que muitos brasileiros ao vivenciarem o processo migratório sofriam com depressão, isolamento social, preconceito, sentimento de pertença, saudade da família e do seu círculo familiar e em muitos casos, a perda de identidade profissional e até pessoal. Muitas mulheres no seu papel de esposa e mãe ainda sofrem pelos seus parceiros e filhos que ao enfrentarem as mesmas restrições na sociedade ou ambiente escolar do país que sonharem em ter uma vida melhor.
Para que
Muitos brasileiros não fazem parte do sistema público de saúde e quando o fazem enfrentam filas de espera longa para tratamento especializados. Cenário ainda mais complicado quando o diagnóstico de luto sequer é identificado. Outros ainda, enfrentam restrições financeiras, seja por mal planejamento prévio a mudança ou a falta de emprego local, para arcar com atendimentos terapêuticos. Outro complicador é o fato cultural. Muitas vezes não ter acesso a um profissional de saúde brasileiro que fale o mesmo idioma que o seu: o idioma do coração! Para entender exatamente o sofrimento pelo qual está passando nessa fase de transição e luto.
Para quem
Brasileiros ou imigrantes que falem português que já estejam em Portugal ou na Europa e aqueles que estão a chegar ou em trânsito. Inicialmente adultos de ambos os sexos. A partir das demandas, expande-se também para outras faixas etárias.
Recursos necessários
Para a turma piloto e em razão da pandemia realizamos encontros virtuais portanto foi necessário a plataforma Zoom. O programa foi dividido em 5 sessões, com turmas máximas de 30 participantes, periodicidade quinzenal, com duração de 1h30 e moderação/acompanhamento de 3 psicólogas voluntárias sendo 1 especialista em psicodrama e 1 em arteterapia.
Desafios
Em primeiro lugar a própria participação/comprometimento dos imigrantes brasileiros. Segundo, por ser um evento online não conseguimos criar vínculos entre os participantes. Terceiro, ausência de um espaço físico de acolhimento, de referência do Grupo Mulheres do Brasil. Com relação as voluntárias, o ideal seria termos parceiros que viabilizassem custos sociais de atendimento para que pudéssemos manter um grupo sem grande rotatividade e subsidiar custos de profissionais brasileiros que estão a apoiar a nossa causa.
Resultados alcançados
Embora não houvesse restrições apenas mulheres participaram. A cada encontro percebíamos benefícios emocionais para as participantes. A possibilidade de ter um ambiente de escuta, de acolhimento profissional por brasileiras, mesmo que online, de poder ouvir e perceber que o problema que enfrento é o mesmo que a pessoa do lado também enfrenta foi libertador para várias participantes. Foi criado um ambiente de confiança e compartilhamento sincero de medos, frustrações e a cada encontro, resgate dos motivos e da energia que a fizeram escolher sair do Brasil para viver em outro país.
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