Uma ação impactante marcou o jogo de ontem (27/3) entre Goiás e Aparecidense, realizado no Estádio Serrinha, em Goiânia. Na abertura das quartas de finais do Campeonato Goiano, transmitido pela TV Globo, entraram em campo 33 Mulheres, segurando cruzes, juntamente com os jogadores, representando cada vítima morta por seus companheiros. Somente em 2018, foram 33 casos de feminicídio no Estado, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO).
A campanha, intitulada ‘Feminicídio é Crime’, foi idealizada pelo Grupo Mulheres do Brasil Núcleo Goiânia, em parceria com o Goiás Esporte Clube, e cada uma das cruzes simbolizava as vítimas de feminicídio.
Segundo Maria Luiza Cavalcante Lima, coordenadora do Comitê de Combate à Violência Contra Mulher do Grupo Mulheres do Brasil Núcleo Goiânia, a ação busca chamar o público masculino a uma reflexão, apresentando um cenário que seja transformador, para que possam entender e debater sobre uma temática que a cada dia revela dados alarmantes.
“85% do público em estádio é masculino e com essa campanha buscamos conscientizar os homens de que o feminicídio, ou seja, a morte da mulher pela sua condição de gênero, por ciúme ou inconformismo com o término de relacionamento, por exemplo, é crime hediondo. O Grupo Mulheres do Brasil quer chamar atenção para a necessidade de se falar sobre o combate à Violência Contra Mulher”, explica Maria Luiza.
Violência contra a mulher em Goiás
Estatísticas alarmantes mostram que o Brasil é o quinto país no ranking de violência doméstica e que Goiás é o terceiro Estado brasileiro que mais teve homicídios de mulheres em 2015. Os dados são do estudo Panorama da Violência Contra as Mulheres no Brasil, feito pelo Observatório da Mulher contra a violência do Senado Federal. Confira aqui na íntegra.
De acordo com a pesquisa, Goiás registrou no mesmo ano a taxa de 7,3 homicídios por 100 mil mulheres, o número é superior à média nacional, que é de 4,4 homicídios. Goiás fica atrás apenas de Roraima, que teve uma taxa 11,4 homicídios para cada 100 mil mulheres e Mato Grosso, com o índice de 7,4.
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