Data marca o encerramento dos ’16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres’, que teve como ponto alto, no Brasil, a Caminhada pelo Fim da Violência contra as Mulheres, no último dia 8.
O Grupo Mulheres do Brasil convida todos e todas a celebrarem este 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. A data encerra os “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, campanha internacional de combate à violência contra as mulheres e meninas, apoiada pela ONU (Organização das Nações Unidas) Mulheres, que consiste numa mobilização global da sociedade civil em torno desse propósito.
No Brasil, onde a mobilização dura 21 dias (começa em 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra), o ponto alto da campanha deste ano foi a Caminhada pelo Fim da Violência contra as Mulheres, iniciativa do Grupo Mulheres do Brasil, por meio do seu Comitê de Combate à Violência contra as Mulheres, que mobilizou, na manhã do último domingo (8), 15 mil pessoas vestindo a cor laranja, em 30 cidades do País e exterior. Somente em São Paulo, 2 mil pessoas participaram da caminhada na Avenida Paulista. O objetivo foi chamar a atenção e promover conscientização sobre o problema da violência contra as mulheres.
“A maior violação dos direitos humanos no mundo é a violência contra a mulher”, alerta Gisele Agneli, uma das líderes do Comitê de Combate à Violência contra a Mulher, do Grupo Mulheres do Brasil. Ela explica ainda que há um movimento para denunciar esse crime em âmbito mundial, cujas consequências já são consideradas maiores do que em situações de guerras.
A Assembleia Geral das Nações Unidas oficializou a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 10 de dezembro de 1948, e em 1950 convidou todas as 58 nações-membro a celebrarem a data anualmente, como Dia Internacional dos Direitos Humanos. Desde então, em todo 10 de dezembro são realizadas pelo mundo campanhas publicitárias, eventos culturais, caminhadas, manifestações populares e exposições.
O objetivo primordial é esclarecer a respeito da necessidade de todos reivindicarmos ações efetivas dos Estados e da sociedade para o cumprimento dos compromissos assumidos com a garantia dos direitos civis, políticos, sociais e ambientais previstos na Declaração Universal dos Direitos Humanos (confira aqui a íntegra da Declaração Universal DH).
Para Alexandra Segantin, uma das líderes do Comitê de Políticas Públicas do Grupo Mulheres do Brasil, os direitos humanos defendem questões simples, porém abrangentes. “Apequena-se quem divide os Direitos Humanos entre mocinhos e bandidos, ou quem acredita que têm sexo, cor, valor, lado, viés político. Ele está para além dessas reduções. Somos todos iguais”, afirma Alexandra.
A líder ressalta que “a batalha deve ser diária para que as maiores conquistas da nossa civilização – o direito fundamental à vida, à liberdade de expressão, de opinião e de religião, o direito à saúde, à educação e ao trabalho – sejam ampliados e preservados de qualquer retrocesso e medidas que fragilizem os avanços duramente alcançados”, conclui.
No dia a dia
Na aba sobre o Dia dos Direitos Humanos do seu site, a ONU instrui sobre como cada um de nós pode contribuir para os objetivos desta celebração em cinco ações, que resumimos a seguir:
- Informe-se sobre e compartilhe com sua rede de amigos, pessoal ou virtualmente – por escrito ou gravando um vídeo – o conteúdo da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Deixe, usando suas próprias palavras, porque você acha a questão importante (por exemplo, não discriminação, igualdade de gênero ou liberdade de expressão), se possível ilustrando sua opinião com histórias de pessoas que você conhece;
- Denuncie e quando você testemunhar o direito de alguém sendo ameaçado (exemplo: assédio ou bullying, seja na rua, no transporte público, fazendo compras ou na escola) e defenda a vítima. Se preciso, use as mídias sociais para apoiar pessoas que estejam sofrendo represálias por defender os direitos humanos;
- Manifeste-se pelos direitos humanos dos outros, contribuindo com organizações que apoiam vítimas que sofrem abusos, participando de eventos públicos em prol dos direitos humanos – virtual ou presencialmente – ou seja voluntário em um grupo que os promova;
- Pressione os líderes políticos a apoiarem os direitos humanos e peça que seu empregador assine o Pacto Global;
- No dia-a-dia, combata mitos com fatos (nas conversas – ao vivo ou online –, desafie estereótipos nocivos), defenda a tolerância e se mobilize contra o preconceito, avalie os dados de direitos humanos de empresas antes de comprar (exemplo: o aplicativo “Moda Livre” que avalia as ações que as principais empresas do setor da moda vêm tomando para evitar que as suas peças sejam produzidas por mão de obra escrava e fale com as crianças sobre os direitos humanos, apontando modelos e papéis positivos e diferentes.
Por Sílvia Pereira
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