Grupo Mulheres do Brasil Núcleo Brasília e Venâncio Shopping alavancam talento para moda produzida por refugiados africanos.
Moda, alegria, solidariedade e colaboração marcaram o evento Égalité, que mostrou, em ação social realizada no Venâncio Shopping, a moda de qualidade produzida por empreendedores africanos refugiados em Brasília. De origem de países como Guiné-Bissau, Togo, Costa do Marfim, Congo e Gana, Isabel Da Costa e Saturnina da Costa, Akou Avogtnon e Rose Somyalo Pissang, Dja Franck Lagbre, Lucie Atumesa Nsimba e Gladys Edem encantaram com sua arte para o estilismo, costura e bordado em um desfile assistido por mais de 300 pessoas, no dia 28 de junho. Após a performance, os presentes foram convidados a participar da inauguração da loja colaborativa Égalité, localizada no 1º piso do shopping.
A ação foi uma iniciativa do Grupo Mulheres do Brasil Núcleo Brasília, liderado pela empresária Janete Vaz e pelas executivas Samara Braga, Glória Guimarães e Ilda Peliz. “Foi emocionante para o Grupo Mulheres do Brasil promover uma conexão tão saudável entre culturas tão diferentes. Foi um trabalho conjunto de vários comitês: Refugiados, Social, Empreendedorismo e Cultura. Todas unidas em um projeto concreto e com foco na viabilidade e sustentabilidade. Foi um ato de dar aos refugiados africanos “a vara para pescar”. Não é só a promoção de um espaço, mas metodologias e processos. Tudo para que eles possam dar continuidade”, disse Janete Vaz.
O projeto surgiu a partir do Comitê de Inserção de Refugiados do Grupo Mulheres do Brasil, que tem à frente Mônica Alvares e Cesira Jardim. Mônica desenvolveu o projeto e apresentou às demais integrantes do grupo como Nágela Maria, Ivonice Campos e Cesira Jardim que se comprometeram em alavancar o talento dos africanos para a moda. O Venâncio Shopping abraçou a ideia, oferecendo uma loja para a comercialização da produção deles e também apoiando a realização do evento.
A loja é uma cessão isenta de custos com aluguel e condomínio pelos próximos seis meses. “Este projeto tem sido marcado pelo sucesso e vem encontrando tantas portas abertas. Que no futuro próximo essa iniciativa possa se multiplicar alcançando mais refugiados e imigrantes e possibilitando sua inclusão na sociedade por meio do empreendedorismo”, afirmou Mônica.
“Acreditamos que temos a missão social de acolher, incentivar e apoiar o empreendedorismo, sem discriminação. A economia criativa também encontra aqui no Venâncio, espaço para se desenvolver”, disse João Marcos Mesquita, superintendente do Venâncio Shopping.
“É muito importante dar a oportunidade a essas pessoas de um recomeço. Ninguém saiu do seu país porque quis. Acolher faz parte do propósito de uma empresa que revela estar conectada com o dia a dia das pessoas. Então a gente acolhe, porque ‘o meu país é a terra, o meu país somos todos nós’”, completou Ana Rodrigues, gerente de marketing do shopping.
Ao cair da tarde, o evento teve início com performance das jovens Emmanuella Edem e Salomey Otori, que apresentaram ao público uma dança típica de Gana. Em seguida, sob a produção da Scouting Agência de Modelos, o desfile apresentou cerca de 40 looks assinados pelos africanos para homens e mulheres, inclusive plus size. A concepção e confecção das peças aconteceu sob a supervisão e consultoria das estilistas e empresárias Nágela Maria e Andréa Monteiro, de Brasília. Coube a elas adaptar para o mercado consumidor brasileiro a inventividade, exuberância e colorido característicos do estilo africano, valorizando a identidade de cada um desses artistas da moda.
A inciativa também contou com o apoio de La Porta Buffet, Ânfora Importadora, Levvo Instituto e IMDH.
Texto: Charlote Vilela, Grupo Mulheres do Brasil Núcleo Brasília
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