Por Comitê de Igualdade Racial
A entrevistada desta edição da série “Tocando no Assunto” é uma das líderes dos Comitês de Igualdade Racial e Combate à Violência contra a Mulher, Elizabete Leite Scheibmayr, que é matemática, advogada, co-fundadora da Uzoma Diversidade Cultura e Educação, palestrante sobre os temas diversidade, liderança feminina e violência contra a mulher. Scheibmayr é também mentora do Programa Pulsar da Fundação Éveris e do Programa Nós por Elas do IVG.
Confira a entrevista inspiradora e motivadora:
Quais ações o Grupo Mulheres do Brasil tem feito com relação ao social e inclusão da mulher negra?
Falo aqui como uma das líderes do Comitê de Igualdade Racial do Núcleo Central. O Comitê completa agora 5 anos e, desde seu lançamento, seu objetivo é ter mulheres negras em cargos de liderança no mundo corporativo e em espaços de poder. Nossas ações visam alcançar esse objetivo e para isso temos alguns programas tais como os Programas: Aceleradora de Carreiras, Aceleradora de Estilo, Impulsionadora de carreiras, Aceleradora Afroempreendedorismo e, ainda, palestras em empresas e o Programa Brincando e Aprendendo.
Em sua trajetória profissional, qual foi a maior dificuldade encontrada?
Para mulher e, principalmente, para mulher negra, a maior dificuldade é ter que mostrar constantemente sua capacidade e que você possui toda a competência para estar naquele lugar.
Sendo mulher e negra existe um maior grau de cobrança profissional? No seu caso, você teve que provar que era melhor para se estabelecer profissionalmente?
Sim, a mulher negra sofre uma maior cobrança profissional e precisa provar que é melhor. Na maioria das vezes é a única naquele espaço e, como agravante, o erro da mulher negra é atribuído para a raça. Não foi erro de uma pessoa, mas de uma raça.
Em um país que parece estar acordando para a necessidade de inclusão social, qual seria o maior desafio?
O Brasil está acordando para inclusão racial e social, por isso, precisamos fazer esta diferença. A população negra representa 56% da população brasileira e está na base da pirâmide da sociedade, acontece que há a questão racial como barreira. O preto pobre e periférico é duplamente discriminado e não tem as mesmas oportunidades. O maior desafio é como lidar com o racismo estrutural que construiu a sociedade brasileira.
No que diz respeito às suas origens e ancestralidade, o que mais te fortalece?
Sou preta e filha de uns dos fundadores do Movimento Negro Unificado, o que me fortalece é a inquietação de mudança, e o que me move é o meu propósito de fazer parte da construção de uma sociedade mais diversa.
Defina a Elizabete…
Uma frase da Madre Teresa de Calcutá me define, “Sozinha não posso mudar o mundo, mas posso lançar uma pedra sobre as águas e fazer muitas ondulações”.
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